100 anos da vacina BCG

Foto: Marcelo Camargo

 

Os cientistas franceses Albert Calmette e Camille Guerin talvez não soubessem o bem que estavam fazendo à humanidade quando, em 1º de julho de 1921, descobrir a vacina Bacilo Calmette-Guérin (BCG). 100 anos depois, o imunizante segue salvando vidas em todo o mundo.

A BCG é eficaz na prevenção da tuberculose, doença contagiosa, provocada pela micobactéria que atinge principalmente os pulmões e que, se não tratada, pode provocar sérios problemas respiratórios, emagrecimento, fraqueza e até levar à morte. A tuberculose é transmitida de pessoa a pessoa pelo ar, por meio de tosse, espirro ou fala.

O médico infectologista e diretor técnico científico do Hospital Felício Rocho, Dr. Adelino Melo Freire Júnior, esclarece que a vacina protege contra as formas graves da doença e explica a respeito de sua aplicação. “Até os dias atuais a vacina é o único tipo de imunização contra a doença e deve ser tomada em dose única, preferencialmente nos primeiros dias após o nascimento, no entanto, crianças de até quatro anos ainda podem ser vacinadas”.

Ainda de acordo com o especialista de Belo Horizonte, os principais sintomas da tuberculose são febre ao final do dia, tosse, fraqueza, cansaço e perda de peso. Já para o tratamento são utilizados antibióticos como a isoniazida e a rifampicina, que eliminam do organismo a bactéria responsável pela doença.

Mas antes de ser tratado, o paciente pode ser imunizado a fim de evitar a infecção. “Prevenção é e sempre será a melhor forma de cuidar de uma doença. No caso de doenças infecciosas, tais como a própria tuberculose ou a Covid-19 que tanto nos aflige nos últimos meses, a vacina é a opção de imunização mais segura e recomendada. Por isso a BCG é um medicamento tão importante. Sua atuação evita que o número de pacientes acometidos e de óbitos não seja muito maior”, explica.

Apesar de existir uma vacina que combate a tuberculose, a doença ainda não foi erradicada. De acordo com dados do Relatório Global da Tuberculose 2020, lançado em outubro de 2020 pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a comorbidade matou 1,2 milhão de pessoas e outras 10 milhões foram infectadas em todo o mundo, apenas em 2019.

Contudo, o Brasil teve uma redução de 9,5% no número de novos casos da doença em 2020. Um boletim do Ministério da Saúde, divulgado em março de 2021, identificou que o país teve 66.819 casos novos de tuberculose em 2020, com um coeficiente de incidência de 31,6 casos por 100 mil habitantes. Em 2019, foram diagnosticados 73.864 casos novos de tuberculose e um coeficiente de incidência de 35 casos por 100 mil habitantes.

“As vacinas são essenciais para o combate às doenças infecciosas. É muito importante ficarmos com o calendário de vacinação em dia, tanto do adulto quanto da criança. Seja para o combate da tuberculose, através da BCG, ou de qualquer outra doença que possua vacina disponível, nós só conseguimos reduzir o risco de transmissão e adoecimento quando todos têm a responsabilidade e a consciência de que as vacinas salvam vidas e não podem ficar de lado”, argumenta Dr. Adelino.

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