100 anos do Boi da Manta de Pedro Leopoldo

A festa mais tradicional de Pedro Leopoldo, na região Metropolitana de Belo Horizonte, terá neste ano mais um motivo para ser comemorada. O Boi da Manta, pré-carnaval da cidade, completa 100 anos e a folia tem início no aniversário do município, comemorado no dia 27 de janeiro (domingo), e vai até a última sexta-feira antes do início do carnaval (1 de março).

A tradicional figura do Boi da Manta (foto: Thiago Toney.

Para que as comemorações sejam completas e inesquecíveis, a Associação Cultural do Boi da Manta de Pedro Leopoldo, organizadora da festa, prepara novidades. “Estamos fazendo um grande esforço neste ano para comemorar o centenário do Boi da Manta. Iremos trocar as roupas de todos os bonecões, que também serão revitalizados. Os bois, que desfilam pela cidade, terão uma cara nova. Temos a alegoria de frente do bloco, que é uma cabeça gigante de boi, com a estrutura toda reformada. E a grande surpresa é um novo boneco do Calango, um dos criadores da festa”, destaca o produtor cultural Márcio Rogério (Roger).

“Neste ano, vamos expor as alegorias para visitação do público, com contação de histórias e realização de oficinas. Durante todo o ano vamos planejar outros eventos. Será um 2019 de comemorações, não somente no período que antecede ao carnaval”, diz Marcelo Túlio.

História
Os primeiros registros da folia são do ano de 1919, antes mesmo da emancipação política do município, que só foi acontecer em 1924. Era uma pequena festa promovida para os funcionários da “Fábrica de Tecidos”, única fábrica de Pedro Leopoldo na época.

Com o crescimento vertical da cidade, o pré-carnaval, deixou o terreno da fábrica e começou a desfilar pela Comendador Antônio Alves, principal rua da cidade que corta todo o Centro. “O objetivo era que todo mundo pudesse ver e curtir o Boi da Manta”, recorda Marcelo Túlio (Dêo), presidente da associação. A folia do bloco começa na Praça Dr. Senra, em uma das pontas da rua Comendador Antônio Alves, e desfila até a Praça Tancredo Neves, ao lado da Igreja São Sebastião, e de lá, retorna para o local de partida.

Foto: Thiago Toney.

Com o passar dos anos e das gerações, muita coisa mudou, mas uma tradição se mantém intacta: “os homens se fantasiam de mulheres e as mulheres se travestem de homens”. O bloco também é composto por dez bonecos gigantes, representando personalidades de Pedro Leopoldo, e uma animada banda, que arrasta a multidão tocando tradicionais marchinhas carnavalescas.

A figura central da festa são os “bois”, feitos com uma armação de ferro coberta de chita, com a própria cabeça do animal, grande o bastante para que um homem possa vesti-la. A alegoria, sai a frente do bloco, “correndo atrás” das pessoas que estão na rua, fazendo a alegria dos foliões.

Desde 2005, a folia é organizada pelos irmãos Marcelo Túlio (Dêo) e Márcio Rogério (Roger), netos de José Pires de Souza, mais conhecido como Zé Pires, um dos fundadores da festa, ainda na Fábrica de Tecidos. Atualmente, além dos irmãos, diversos bisnetos de Zé Pires também auxiliam na confecção do bloco, mantendo a tradição familiar do Boi da Manta, que vai sendo passada de geração em geração pela família “Pires de Souza”.

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