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Abril Verde é alerta para um Brasil ainda bastante sedentário

Acordar cedo, conferir conteúdos no celular, pegar o trajeto entre a casa e o trabalho e passar o dia na frente do computador compõem alguns hábitos que fazem parte da rotina de boa parte dos trabalhadores brasileiros. Nessa correria muitas vezes digital, mal sobra tempo para os exercícios pra valer, aqueles físicos mesmo. Sem contar que a hora do descanso, para uma parte dessa população, significa sentar-se no sofá e permanecer diante da TV por algumas boas horas.

Há outros problemas que acrescentam ainda mais perigos ao sedentarismo. A alimentação nem sempre é balanceada. A exposição excessiva às telas muitas vezes pode interferir no sono e proporcionar uma condição ainda mais grave a contextos que explicam bem por que promover o Abril Verde. Este é um período que traz alertas para a importância de se praticar atividades físicas regularmente, deixando de lado um comportamento que pode levar a problemas mais graves.

E o cenário de fato preocupa, não apenas por esses hábitos mas também pela quantidade de pessoas que ignoram os alertas. Em outubro do ano passado, um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), chamado de Status Global sobre Atividade Física 2022, chegou a apontar que, até 2030, o sedentarismo poderá afetar a saúde de 500 milhões de pessoas, gerando um custo anual de US$ 27 bilhões aos governos se não houver incentivos de verdade à prática de atividades físicas.

Atualmente, segundo o estudo, menos da metade dos 194 países analisados possuem políticas públicas concretas nesse segmento, e, menos de 40% das nações onde há essas políticas apresentam efetividade nas ações de incentivo. O Brasil está entre esses países onde há regulamentações e iniciativas públicas em favor da atividade física? Há muitos estudos produzidos por aqui mesmo que comprovam que não.

No primeiro semestre do ano passado, o próprio IBGE já havia apontado que 47% dos brasileiros são sedentários, e que, entre os jovens, esse índice chega aos 84%. Esse balanço ajuda a endossar a conclusão da OMS, que coloca o Brasil entre os mais sedentários do mundo e o líder na América do Sul, o que faz evocar novamente a relevância do Abril Verde. São necessárias mais ações efetivas que tirem a população das telas e as estimulem a sair de casa para praticar atividades físicas regularmente.

Esse é um desafio, porque as novas relações de trabalho sofreram avanços significativos em função do isolamento social, fortalecendo o home office e até estabelecendo legislações trabalhistas mais favoráveis às atividades remotas. Ou seja, de alguma forma estamos na contramão das medidas necessárias para melhorar a saúde dos brasileiros, a despeito de isso representar mais aberturas às oportunidades de trabalho e à redução do desemprego.

O teletrabalho – tal como o delivery, as compras online e outras facilidades garantidas pelo mundo digital – é benéfica desde que não se entre nas questões que envolvem a saúde e a qualidade de vida dos indivíduos. Porém a luta não pode ser contra os privilégios da vida moderna, mas em favor de novos comportamentos que permitam às pessoas assegurar que a saúde está em dia, dando-lhes uma qualidade física que sobreponha a hábitos pouco recomendáveis. Um cenário mais equilibrado já bastaria para mudar a realidade de hoje.

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