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Aglomeração ou quarentena? No ES, decisão será de cada município

Dezembro sempre foi sinônimo de festa. O Natal e o Réveillon tradicionalmente marcam a despedida do ano, geralmente regados a champanhe, comida farta, fogos de artifícios e abraços calorosos. Mas as prefeituras de importantes pontos turísticos brasileiros, como Maceió, Recife e Rio de Janeiro, já decretaram que o momento ainda exige sacrifícios diante do cenário de pandemia. A passagem para 2022 será o segundo ano consecutivo sem aglomerações e festejos em locais públicos.

No Espírito Santo, o Governo do Estado estabeleceu que a responsabilidade pela realização ou não dos shows de fim de ano será de cada município. Eles terão autonomia para liberar ou vedar os eventos abertos em comemoração à virada de Ano Novo. A Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), entretanto, enviou uma nota técnica às prefeituras capixabas recomendando prioridade aos eventos que tenham capacidade de fazer o controle de acesso. Além disso, o órgão estadual adverte o município para que considere o cenário de pandemia ao tomar sua decisão.

Seja qual for ela, é bastante difícil quando se tem a saúde e a geração de renda em situações opostas. Isto porque há um mercado pulsante, que deposita esperança nessas festas de dezembro. É inegável que há grande possibilidade de haver um impacto econômico ou sanitário a partir da política adotada por cada administração municipal, e que isso vai afetar ao menos parte da população.

Os últimos meses foram de relativa estabilidade sanitária, embora sempre com o sinal de alerta ligado. Isso graças à vacinação em massa, que fez cair fortemente os casos de Covid tanto no Espírito Santo quanto em todo o mundo. No entanto, a proliferação do Ômicron, uma nova variante do Coronavírus, que inclusive já desembarcou no Brasil, voltou a colocar meio mundo em alerta. Os primeiros sinais são de que as vacinas em circulação dêem conta do vírus, mas é necessário cautela diante de eventos com grande apelo popular.

É de se reconhecer os esforços do poder público em buscar um equilíbrio entre a retomada do comércio e a manutenção dos cuidados em relação à pandemia, levando-se em consideração o monitoramento da demanda por leitos de UTI nos locais de saúde. Mas é crucial também criar mecanismos que promovam a conscientização popular, fazendo com que mais pessoas façam a adesão necessária às determinações sanitárias.

Não é justo depositar toda a responsabilidade nas costas do Estado, como também não é apropriado ceder a todos os anseios populares sob o argumento de que foi uma escolha amparada nos apelos econômicos e sociais. O grande entrave do enfrentamento ao vírus é seu efeito cascata e o antagonismo que vem atrelado às políticas de controle à infecção. Existe um preço a se pagar, seja pelo controle à Covid, seja por sua omissão. É isso o que está à prova quando se pensa na chegada de 2022.

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