Amor de dois franceses pela Itália é inspiração para concerto da Filarmônica

A Orquestra Filamônica de Belo Horizonte sob regência do Maestro Fabio Mechetti (foto: Eugênio Savio).

Nos dias 19 e 20 de setembro, às 20h30, na Sala Minas Gerais, a Filarmônica de Minas Gerais interpreta peças de dois compositores franceses românticos, que expressam sua atração pela Itália. A obra Haroldo na Itália, op. 16, de Berlioz, terá como solista o violista brasileiro Rafael Altino, radicado na Dinamarca. A Orquestra ainda apresenta Roma, obra de Bizet injustamente pouco conhecida. A regência é do maestro Fabio Mechetti.

O parisiense Georges Bizet compôs 25 obras sinfônicas, 16 peças para piano e 16 óperas, das quais somente a última – Carmem – lhe proporcionou a tão almejada fama. Em 1859, em Rimini, Itália, Bizet planejou compor uma sinfonia em quatro movimentos, cada qual dedicado a uma cidade italiana, projeto que durou doze anos para ser concluído. A sinfonia Roma, como é atualmente conhecida, foi executada em diferentes ocasiões, contudo, a versão integral teve sua estreia cinco anos após a morte de Bizet, a 31 de outubro de 1880. Composta de muitas reelaborações e finalizada em quatro movimentos, a sinfonia Roma tornou-se uma obra robusta e bem escrita, descortinando nova faceta imaginativa de Bizet. Roma é lembrada por ter sido uma das obras escolhidas pelo exigente compositor e maestro Gustav Mahler para reger na temporada de 1898 da Filarmônica de Viena e em sua turnê norte-americana de 1910, frente à Filarmônica de Nova York.

Inconformista e impetuoso, Berlioz foi criticado e ridicularizado pela maioria de seus contemporâneos. A posteridade, porém, o proclamou um arauto do modernismo. Grande renovador do timbre orquestral, ele desenvolveu a ideia da sinfonia programática. Porém, por mais deliberadamente ilustrativa que seja em sua gênese, a obra de Berlioz impõe-se por qualidades especificamente musicais. Sob o aspecto formal, Haroldo na Itália ainda causa divergências. Originalmente, seria um Concerto para viola e orquestra, escrito a pedido de Paganini, mas o papel conferido ao solista difere da forma concertante. Para muitos, trata-se de um longo poema sinfônico em quatro partes, como sugerem seus subtítulos (Haroldo nas montanhas; Marcha dos peregrinos cantando as preces da tarde; Serenata de um montanhês dos Abruzzi à sua amada; Orgia dos bandidos). Porém, a denominação do compositor remete à estrutura de uma sinfonia cíclica, com os movimentos unidos pela idée-fixe (uma ideia musical que se repete ao longo da obra) evocativa do personagem central, cujo passeio pela Itália é descrito na obra.

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