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11 de maio de 2020Foto: Adobe Stock
Desde o início da pandemia do novo coronavírus (COVID-19), os lojistas de shopping em todo o país que tiveram seus estabelecimentos fechados e registram prejuízo estimado em R$ 27 bilhões. Os dados ainda não estão consolidados mas refletem os danos ao setor do comércio atingido pela pandemia.
Uma pesquisa realizada pela ALSHOP (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping), apontou que 93% dos lojistas já registraram queda superior a metade do faturamento. Atualmente, só 81 dos 577 shoppings do país estão abertos em mais de 50 municípios. No total o setor de shopping center emprega cerca de 1,5 milhão de pessoas em pouco mais de 105 mil lojas.
“O setor do comércio olhando especialmente para os lojistas de shopping, não terá condições de sobreviver a mais um mês de fechamento das lojas. Só pedimos a igualdade de condições como já estabelecido com o setor de supermercados e farmácias por dois motivos: os centros de compra são ambientes controlados, amplos com mais de 100 mil metros quadrados cada e limpos, e temos consciência de que adoção de rígidos protocolos de segurança permitem uma flexibilização. Há estabelecimentos que vão fechar as portas definitivamente na próxima semana sem esse diálogo ou, no mínimo, um plano de reabertura gradual”, alerta Nabil Sahyoun, presidente da ALSHOP.
Na pesquisa feita com associados, mais da metade (52%) afirmou que irá depender da negociação com donos de shopping e a liberação de financiamento para não fechar as portas, enquanto 15% afirmou que irá fechar lojas ao longo deste ano. Entre os lojistas 79% afirmam terem encontrado dificuldade para obter crédito no mercado. A entidade usa como referência o PolloShop de Curitiba, que fechará definitivamente as portas neste mês de maio. No empreendimento estão 220 lojas que empregam cerca de 2.000 pessoas.
Há 20 dias, a ALSHOP divulgou um plano de reabertura dos shoppings e tem feito diálogo com o poder público em busca ao menos de um planejamento para a reabertura do comércio. Já participou de reunião com o vice-governador de São Paulo e com outras entidades do setor de comércio para discutir as condições de reabertura.
“O sentimento do empresário, e quando falo dos nossos associados, falo de um universo de 105 mil lojas com 70% de pequenas empresas e que falta coordenação entre as ações. O crédito anunciado é burocrático e não tem evitado o fechamento definitivo das lojas. Se por um lado há um programa de transferência de renda e compensação que parte do governo federal, por outro os governadores e prefeitos não abriram mão dos seus impostos como ICMS e IPTU mesmo tendo a parcela do pagamento da dívida suspensa com a União. Com a compreensão dos estados e das prefeituras podemos ajudar a reduzir uma taxa de desemprego que será sem precedentes”, explica.
A ALSHOP tem proposto a negociação de um plano de reabertura gradual do comércio e a criação de protocolos de higienização dos ambientes para que os clientes possam frequentar os estabelecimentos com segurança. “A prioridade é a vida e não podemos politizar a questão. Há como equalizar a proteção à saúde e reduzir os riscos para a economia que também sustenta o custo da saúde”, enfatiza.