Arte que conta o ofício

O universo onírico e indelével das imagens e das formas ganha movimento, visibilidade e identificações na exposição “O estado da arte no ofício: gravura em metal no ateliê da UFMG”, em cartaz na cAsA – Obras Sobre Papel até 28 de fevereiro. Com curadoria de George Rembrandt Gütlich, o recorte traz a concepção de “escola gráfica” e apresenta cerca de 50 obras de dez gravadores que passaram pelo ateliê.

Uma das obras que estão na galeria (foto: Felipe Florêncio).

A coleção de estampas busca oferecer um panorama do pensamento e do ofício num locus de trabalho específico: a Casa da Gravura, vinculada ao curso de Artes Visuais da Escola de Belas Artes da UFMG, mas deslocada geograficamente do campus da Pampulha. Paralelamente às atividades didáticas e ao currículo institucional, o espaço serve como centro de pesquisas para professores, ex-professores, alunos e ex-alunos. “Tal procedimento, que mescla o ensino com a prática de ateliê e o fazer com o pensar, confere um caráter dinâmico ao ambiente de trabalho”, relata Gütlich.

Para compor a exposição, a curadoria buscou a representatividade na obra de dez artistas: Afrânio Prado, Alê Fonseca, Daniel Pizani, Felipe Florêncio, George Gütlich, Júlia Melo, Manasses Muniz, Maria do Céu Diel, Paulo Pardini e Thomaz Carvalho. “As estampas expostas permitem um testemunho vívido da vida das imagens engendradas sobre as pranchas de cobre, de imagens que despertam como formas de deleite, de pensamento, mas, sobretudo, dão testemunho da força e do apelo das gravuras em metal”, descreve Gütlich.

As obras selecionadas ainda buscam ilustrar uma linha de pensamento e uma postura ética da gravação e da impressão da gravura em metal. Esse alinhamento se afirma pela recorrência de pesquisas técnicas e de sua relação com as imagens, aflorando em uma nova maneira de gravar, com certas afinidades e procedimentos. “O que se destaca é a tradição da gravura, mantida pelo respeito a certas forças vitais alheias às facilidades e modismos. No contexto das Belas Artes, o desenho, o repertório histórico e o conhecimento técnico da arte de gravar e imprimir, apresentam-se como um desafio num quadro de possibilidades de imensa riqueza”, diz o curador.

A exposição, inédita em Belo Horizonte, já foi apresentada na galeria Graphias – Casa da Gravura, em São Paulo, em setembro. “A mostra foi um sucesso na capital paulista, principalmente porque o público não conhecia a produção de gravadores de Minas Gerais. Foi uma grata satisfação mostrar aos paulistas que existem gravadores mineiros talentosos, e eles apreciaram muito”, conta Gütlich.

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