Especialista diz que lipoaspiração não é solução para obesidade

Quando números como os divulgados na última pesquisa Vigitel, do Ministério da Saúde, revelam que 51% da população brasileira está acima do peso, bate certa preocupação com os quilinhos a mais. Afinal, de que maneira o Brasil se tornará um país de população saudável e dentro do peso? Está enganado quem acredita que a realização de cirurgias plásticas é uma boa saída.

Foto: reprodução.

“Arrisco dizer que 60% dos pacientes chegam ao consultório com um quadro de obesidade ou sobrepeso e acreditam na lipoaspiração como um tratamento milagroso, uma resolução fácil e rápida para o problema, o que não é verdade”, afirma o especialista em cirurgia plástica estética e reparadora, Rogério Matoso. Para o médico, essa crença faz parte de uma percepção errônea quanto à função da intervenção. “A função da lipoaspiração é tratar a gordura localizada e não fazer com que um paciente com 20 quilos acima do peso emagreça por completo”, pondera.

Matoso alerta sobre a quantidade de gordura que pode ser eliminada. “Uma cirurgia segura nos permite retirar apenas 5 a 7% do peso corporal. Quando pensamos em uma pessoa obesa, percebemos que essa baixa não a coloca no patamar de peso considerado saudável”. Mas, quando se trata da busca pela “beleza instantânea” alguns pacientes parecem desconhecer os riscos de uma cirurgia muito agressiva, por isso, o recomendado é uma conversa franca com um especialista reconhecido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). “Grandes retiradas irresponsáveis de gordura resultam em enormes perdas para o organismo, pois haverá também eliminação de líquido e de sangue, por isso, as consequências e os riscos são potencializados”.

Consequências
A lista dos possíveis desdobramentos é longa e vai desde uma anemia grave – a ponto de necessitar de uma transfusão de sangue – até o aumento do risco de uma trombose venosa profunda ou de uma infecção ou fibrose. “Isso sem falar na enorme insatisfação com o resultado, ou o que chamamos de desarranjo corporal, que ocorre quando um paciente perde medidas em algumas regiões, mas mantém o aspecto de sobrepeso em outras”, completa Matoso. “A lipoaspiração é uma cirurgia com alto grau de satisfação, desde que bem indicada e realizada por profissionais capacitados. A sua procura cresce a cada dia e cabe a nós, cirurgiões plásticos, seguirmos as orientações corretas para que o paciente alcance os resultados esperados”.

Reeducação alimentar
Mas, afinal, qual a melhor forma de se combater a obesidade então? Para a médica Paula Whyte, formada em Nutrologia, pela Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), o melhor caminho não está nas intervenções cirúrgicas e, sim, na reestruturação nos hábitos alimentares e de saúde. “A reeducação alimentar deve ser direcionada não só aqueles que pretendem realizar algum tipo de lipo, mas também a todos que querem uma vida mais saudável e em dia com o bem-estar”. Paula ressalta que a prática de atividades físicas atrelada a uma alimentação saudável é essencial não apenas no tratamento de algumas doenças, como também na prevenção. “Além da obesidade, doenças como aterosclerose e até maior risco de infarto ou acidente vascular cerebral (AVC) estão diretamente relacionadas ao que se come, por isso, os cuidados devem começar já na infância”.

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