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Instabilidade externa e Selic direcionam moeda estrangeira para o Brasil

A instabilidade na economia internacional, sobretudo na Europa e nos Estados Unidos, provocada pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, aliada à taxa Selic na casa dos 11,75%, é a combinação de fatores que vem resultando no aumento da atratividade da Bolsa de Valores brasileira junto aos investidores estrangeiros. Somente no 1º trimestre deste ano, a B3 recebeu a injeção de aproximadamente R$ 1 trilhão em moeda estrangeira, e viu o resgate de R$ 919 bilhões. Um saldo positivo de R$ 81 bi no período.

“Essa entrada de moeda estrangeira também ajuda a explicar em parte os motivos de o dólar estar em queda no nosso mercado cambial. E isso passa por uma política econômica agressiva, que se iniciou em maio do ano passado”, explica Sânzio Cunha, trader, CEO e sócio fundador da Lotus Capital. À época, diz o economista, o índice da Selic estava na casa dos 2,75%, e a partir daí foram oito altas em sequência.

A taxa de juros elevada atrai os investidores porque o retorno sobre as aplicações ancoradas na Selic acabam sendo maiores. Mas esta não é a única razão para atrair a atenção internacional. A guerra entre a Rússia e a Ucrânia também vem provocando instabilidades nos principais mercados do mundo, fazendo com que o investidor recorra a uma economia menos suscetível ao conflito.

De acordo com o economista da Lotus, as hostilidades entre a Rússia e os EUA e a Europa Ocidental ocorrem através do rompimento do fluxo de produtos essenciais para a economia global, colocando em risco a performance financeira de produções essenciais nesses mercados. “A maior prova disso é a elevação do preço do barril do petróleo e do gás natural, dois dos produtos que são líderes de exportação no mercado russo. Com as sanções internacionais mútuas, esse comércio corre o risco de entrar em colapso”, adverte o CEO da Lotus Capital.
Por isso, segundo ele, a B3 vem sendo uma importante alternativa de investimento para os estrangeiros, uma vez que o Brasil não passa pelas sanções dos lados envolvidos. “Nós não estamos no epicentro dos problemas entre russos, ucranianos e demais países ocidentais. Não que o país esteja imune à inflação desses preços, mas a bolsa brasileira vem respondendo bem às instabilidades, graças também à política interna”, complementa.

E Sânzio projeta que o mercado local deverá ficar ainda mais atraente a partir da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em maio. Isso porque o órgão vem sinalizando um novo aumento da Selic em um ponto percentual, alcançando os 12,75%. “Isso pode atrair ainda mais investidores e ao mesmo tempo controlar a inflação. É uma oportunidade interessante não apenas para o capital estrangeiro mas também para os brasileiros considerarem novos investimentos”, conclui.

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