Jéssica Gomes é Minas Gerais na França

Vira e mexe aparece um grande talento mineiro mundo à fora. A bola da vez é Jéssica Gomes, publicitária da Lápis Raro, será a única mulher brasileira a participar do projeto See it, Be it – uma parte do Festival de Cannes, na França.

Canne é uma cidade ao sul do país famosa por receber anualmente um dos maiores festivais musicais do mundo. Participar, seja como for, é uma honra que poucos conseguiram alcançar e por isso tanto mérito. Jéssica, além de ser a agraciada em 2018, irá mostrar aos franceses um pouquinho do documentário “Navaranda”. O tema é o feminismo e a colocação da mulher na sociedade belo-horizontina.

“Depois de tanto silenciamento e apagamento dos feitos das mulheres na história, a gente tem mais é que falar muito sobre nossas vidas, lutas e verdades. Poder narrar o protagonismo dessas mulheres em lutas tão importantes é um privilégio. Juntas estamos fazendo uma nova BH e juntas também”, destaca Jéssica. O nosso repórter Ícaro Ambrósio bateu um papo com essa estrela e você confere agora!

Ícaro Ambrósio Pergunta para Jéssica Gomes:

Participar do projeto See it, Be it do Festival de Cannes é uma experiência única que acontece poucas vezes nas vidas das pessoas. Como você está se preparando para este acontecimento?
É, de fato, uma honra ser a representante do Brasil este ano. Tenho preparado os detalhes da viagem e estou estudando para aprimorar meu inglês. Quero ser capaz de apresentar o que a gente tem feito por aqui e acredito que a troca vai ser incrível. Além disso, eu e as participantes já estamos conversando e realizando algumas tarefas pré-festival.

O que exatamente você está planejando para apresentar em Cannes?
Quero apresentar os trabalhos incríveis que conheço e faço parte em BH e também o que está acontecendo em outros lugares em prol da pluralidade. Quero compartilhar nossas experiências e aprendizados, além conhecer o que cada uma está fazendo em sua região.

Como você espera que o público receba Navaranda?
Acredito que a Navaranda é uma experiência incrível de aprendizado coletivo, troca, acolhimento. E o vejo como uma forma inspiradora que estamos descobrindo de fazer a mudança, uma mulher por vez.

Foto: arquivo pessoal.

Quando você idealizou o Navaranda esperava chegar tão longe?
Eu sempre acreditei na potência dos encontros que criamos, mas acho que Cannes estava além dos meus sonhos mais altos! Mas é bom ver que nosso trabalho importa e que esta gerando resultados tão incríveis

O que o feminismo representa na sua vida?
Gosto muito de um termo que aprendi com as moças do Think Olga: feminismo é um compromisso inegociável. Romper silêncios, dar visibilidade a histórias apagadas, garantir a todos de fato o acesso às mesmas oportunidades: isto é o mínimo pra mim, o mínimo para que a gente viva de fato em uma sociedade que reconhece o valor de todas as pessoas que fazem parte dela. Eu não chegaria onde cheguei se não fosse pelas feministas que vieram antes de mim e espero que as novas gerações possam cada vez mais graças à nossa luta.

Por acaso, você já comparou o aspecto entre a mulher brasileira e a mulher francesa? O que percebeu?
Olha, na verdade não. Mas que a gente não fique presa a estereótipos, né? Nada melhor do que as trocas que teremos lá para que eu conheça suas lutas e cultura.

Qual é o seu maior exemplo, aquela pessoa que te inspira?
Nossa, conheço tantas mulheres incríveis que escolher uma me parece difícil. Mas tem uma autora que sempre mexeu muito comigo, sempre conversou comigo em seus textos, que é a Maya Angelou. Seu legado me transformou muito.

Entre tudo o que você viveu ao longo da sua carreira de publicitária, o que foi mais marcante?
Em pouco mais de 5 anos, acredito que o mais marcante é enxergar cada vez mais a necessidade de uma publicidade mais plural. Desde as equipes das agências até o casting das campanhas, a publicidade precisa ser mais diversa e precisa também abrir os olhos para a diversidade. Ver que os modelos antigos estão se tornando insustentáveis é o reconhecimento de que estão em uma era de transição – e isto é revigorante.

Quando você retornar da França, o que você espera trazer de legado para o Brasil?
Espero trazer muito conhecimento e práticas para compartilhar por aqui. Saber o que mulheres de todos os cantos do mundo estão fazendo contra a desigualdade de gênero é uma oportunidade e tanto para fortalecer nossos movimentos aqui também e impulsionar a mudança juntas.

Já pensou em levar alguns pães de queijo para apresentar aos franceses?
HAHAHAHAHA olha, eu não tinha pensado ainda! Mas pode ser uma ideia ótima para já fazer amigos de cara, né?

Postagens Recentes

  • Em BH

Novo Centro de Saúde Horto começa a funcionar na regional Leste da cidade

O Centro de Saúde Horto, na regional Leste da capital, começou a funcionar nesta segunda-feira…

  • Em BH

ViJazz e Rota do Blues trazem The Mike Stern Band e Chris Cain & Bruno Marques Band a BH Show integra celebração dos nove anos da Autêntica

Foto: Joseph Green   Em turnê pela América do Sul, o quarteto norte-americano The Mike…