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Modelo da SAF pode revolucionar gestão em clubes com potencial de crescimento

A implementação da Lei da SAF – Sociedade Anônima do Futebol – ganhou o noticiário internacional com a venda de 90% das ações do Cruzeiro para o ex-jogador e hoje empresário Ronaldo Nazário. A aquisição da fatia foi firmada em R$ 400 milhões, mas os bastidores da negociação dão conta de que as dívidas do clube, orçadas em aproximadamente R$ 1 bilhão, também serão assumidas pelo Fenômeno.

Praticamente nas mesmas condições, o Botafogo foi vendido ao fundo Eagle Holding, do empresário norte-americano John Textor. A expectativa é de que o América-MG e o Bahia sejam os próximos de uma extensa lista de clubes que pensam em aderir ou já realizam internamente os trâmites necessários para concluir a conversão em clubes-empresas.

“Este é um caminho sem volta, não apenas porque boa parte dos clubes está combalida financeiramente, mas também porque representa a chance de trazer modelos internacionais e bem sucedidos de gestão do futebol. Aquele benchmarking que tem como foco a Europa pode estar vindo em peso para o Brasil”, avalia Diogo Montalvão, advogado tributarista e sócio da BLJ Direitos e Negócios.

A própria BLJ, aliás, atuou diretamente no processo de conversão do Gama-DF de clube social para empresa. Uma experiência que, segundo Montalvão, vai alcançar rapidamente outras associações. “Por estar acontecendo primeiro com alguns grandes clubes que estavam perto da insolvência, dá a entender que a SAF é um modelo que só cabe para as associações de grande porte e para capital estrangeiro. Mas a lei também estimula a entrada de empresas nacionais neste mercado. É uma revolução que vai mudar a forma de gestão dos clubes”, sustenta o tributarista.

Entretanto, ele adverte, principalmente aos torcedores, que o primeiro passo a partir da venda dos ativos e da entrada do investidor no clube é a otimização imediata dos custos, o que inclui uma mudança de filosofia que prevê o corte severo das despesas. É o caso do Cruzeiro, que está passando pela revisão de todos os contratos e do estabelecimento rigoroso de novos organogramas e tetos salariais.

“É uma prática bastante comum dos dirigentes brasileiros em geral de endividar bastante o clube para formar times competitivos, acumulando e empurrando as dívidas para as gestões futuras. Com o formato de clube-empresa, essa prática cai por terra, porque a finalidade é o lucro e os gargalos ficam mais evidenciados nos setores internos. O torcedor talvez não goste dessa reorganização, mas é um trabalho que precisa ser realizado para a própria sustentabilidade do negócio”, esclarece Diogo Montalvão.

Gama SAF
O trabalho da BLJ Direitos e Negócios no Gama-DF teve exatamente o intuito de preparar o clube para receber aportes financeiros e uma reestruturação no modelo de gestão. A empresa foi a responsável por conduzir toda a estruturação societária que viabilizará a mudança do clube em empresa. O novo CNPJ do Gama SAF foi gerado no último dia 29.

O advogado Igor Maia, também da BLJ, participou da equipe responsável pela transição. Segundo ele, foi necessário um trabalho minucioso para que a reestruturação jurídica do Gama fosse bem sucedida.  “O foco é dar segurança jurídica tanto aos dirigentes como especialmente aos investidores. O clube vai funcionar agora como uma empresa mesmo. E esperamos que esse novo modelo de gestão leve o Gama a alçar voos mais altos e possa voltar à série A”, disse Maia.

Diogo Montalvão reforça essa análise. “É um trabalho muito meticuloso, que não permite erros, e que passa pela documentação de uma nova entidade preparada para ser negociada em breve com empresas ou grupos econômicos. É um passo crucial para o surgimento de uma empresa de futebol moderna e certamente vencedora”, pontua um dos sócios da BLJ.

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