O Demônio do feminino em Grande Sertão: Veredas

No dia 14 de março, às 19h30, a Academia Mineira de Letras realiza, em parceria com a Escola Brasileira de Psicanálise – Seção Minas Gerais (EBP – MG), a primeira sessão do programa “Lacan na Academia – conversando com a literatura”. O psicanalista Antônio Teixeira convida o artista, pesquisador e ativista Gustavo Jardim para debaterem acerca do tema “O Demônio do feminino em Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa”.

“Ao passo que Euclides da Cunha fala de ‘Os Sertões’, no sentido genérico que o artigo plural evoca, Guimarães Rosa faz falar o ‘Grande Sertão’, no sentido ímpar do adjetivo singular. Tanto em Rosa como em Euclides há a terra, a luta e o homem; a diferença, observa Antônio Cândido, é que em ‘Grande Sertão’ a busca pelo nexo causal determinista, que orienta o ideal científico do relato de Euclides, se desfaz. No lugar do determinismo, existe o desejo e suas ambiguidades, o paradoxo. O pacto funciona, mas se duvida que o Diabo exista. Em tal contexto, Diadorim encarna a ambiguidade da posição, ao mesmo tempo santa e demoníaca do feminino, como contrapartida ao pacto masculino com o Diabo”, ressalta o palestrante, psicanalista Antônio Teixeira.

E as boas opiniões só aumentam. Para o cineasta Gustavo Jardim, “o ‘Grande Sertão: Veredas’ é uma obra em pleno movimento, como um redemoinho, no seu centro está o mistério de nossa identidade e dos nossos dias atuais: o ‘demônio do feminino’ podemos entrevê-lo através de uma violência que emana da natureza e irmana com nosso olhar”, diz.

A parceria entre a Academia Mineira de Letras e a Escola Brasileira de Psicanálise – Seção Minas Gerais promove uma série de sessões mensais de literatura comentadas por importantes psicanalistas, como Sérgio de Castro, Márcia Rosa e Ram Mandil e convidados, que pretendem abordar as interseções entre a literatura e a psicanálise. Nesta primeira edição, serão quatro encontros sob o tema “O feminino, seus corpos e mundos”, por meio da leitura de autores brasileiros, do século XX, que permitirão levantar o véu do prenúncio da expressão do feminino fora das bordas e bordados da intimidade do lar.

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