A 19ª edição da Parada Gay de Belo Horizonte tomou conta das ruas do Centro da cidade, no domingo, dia 17 de julho. O evento, segundo dados da polícia militar, reuniu cerca de 20 mil pessoas, tendo seu início na Praça da Estação e desfecho na Avenida Afonso Pena.
20 mil pessoas. Um número bastante considerável. Dado este montante, fica a dúvida: O que estas pessoas estavam fazendo nas ruas? Quer saber? O Contorno de BH explica para vocês.
PRECONCEITO. Uma palavra feia e de significado triste. Porém, era esta a expressão que os participantes colocavam ao tratar o objetivo do evento. Quem foi a Parada LGBT, foi para erradicar um conceito minoritário e mostrar o valor de certos cidadãos que são menosprezados por um padrão antiquado e que não deveria existir.
Há quem diga que o evento é um carnaval fora de época ou uma oportunidade para os gays se xavecarem. Não é isto! Retorno a palavra feia descrita anteriormente – preconceito. Preconceituosos estes que acreditam neste argumento.De longe, não foi este o objetivo do movimento.
A Parada LGBT, seja em BH ou em qualquer outra cidade do mundo, é uma oportunidade de alívio, onde os participantes têm um breve momento conciliação fora dos olhares julgadores de uma sociedade atarraxada a valores que não participam do atual contexto social. Valores estes que contrariam a intenção do primeiro artigo de nossa constituição, a liberdade.
Os gays querem apenas frequentar os espaços públicos sem o medo da violência. Querem apenas serem livres. Nós pagamos pagamos impostos referentes a segurança pública, onde esta reposição dessa parcela que deveria impedir atentados homossexuais?
Há vários reveses para a liberdade. Um deles é a homofobia. Quer atitude anti-liberalista maior do que a violência contra uma pessoa pelo simples fato de ela ser diferente de você, caro leitor? Deve ser lastimável viver assim. Caminhar contra uma corrente que não foi capaz de aceitar o novo mundo que tem surgido.
É esta a pressão que os gays passam todos dias antes de sair de casa: “será que hoje eu volto inteiro?”, eles devem pensar. Considerem ‘inteiro’ como representação para o estado corporal físico e psicológico. Nem sempre a agressão física é a pior forma de agressão. Há também a hostilidade, que fere, não com sangue, o corpo e deixa uma ferida que nenhum remédio pode curar. O fator psicológico é importante e deve ser levado em consideração.
Opressão, agressão, humilhação e exclusão são situações que este sistema separatista no qual vivemos obrigam os gays a viverem. Desta fora, manter um controle emocional e tentar escapar do papel de vítima fica difícil. Não é possível correr se não um chão para se pisar. Dada essa realidade, surge então um outro porquê: o por que viver assim?
Mesmo depois de tantos movimentos liberalistas, como os impasses iluministas, ainda há minorias buscando inserção na sociedade. Ser gay, ser mulher, ser negro as vezes é sinônimo de afastamento ou deboche. Minorias são avaliadas e massacradas por apenas não seguirem o fluxo social. Como se for diferente é ser um sinônimo de anormalidade, aposto para a violência.
Tomo a liberdade de assumir a primeira pessoa para lembra-los: Queridxs, estamos no Século XXI. O mundo não é o mesmo pelo qual caminhou Nabucodonosor, Cleópatra, Júlio Cesar e Hitler. Os costumes mudaram. A sociedade mudou. Não há um porquê de manter falsos valores éticos sendo que nossas rotinas e afazeres desmitificam o passo-a-passo que tais valores necessitam para existir.
Hoje, a Parada LGBT terminou e os gays voltaram felizes para casa, mas e o amanhã? Será que estes participantes também terão a segurança de andarem na rua com a sua liberdade de gênero? Será que o presente evento é suficiente para educar os agressores e exterminar vítimas de desigualdade sexual?
E no meio de tantos porquês e tantas perguntas que aguardam o amanhã para serem, torno utilizar a primeira pessoa para lhes convido a uma refletir: vale mesmo a pena agredir uma pessoa porque ela é diferente de você?
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