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‘PIX internacional’ precisa receber alto investimento em segurança digital, afirma especialista

Em apenas dois anos desde que foi implementado, o PIX rapidamente caiu no gosto dos brasileiros. A ponto de ser difícil imaginar como eram as transações bancárias sem a ferramenta. O recurso, que permite realizar transferências de dinheiro instantaneamente, 24 horas por dia, inclusive nos fins de semana, e de forma gratuita para as pessoas físicas, é o mais utilizado para essa finalidade, superando inclusive o TED e o DOC.

E em 2023 o PIX pode ser ampliado. Já está em fase de testes o Projeto Nexus, plataforma que reunirá os PIX existentes mundo afora para que as transações aconteçam também entre diferentes países, realizando a conversão monetária instantaneamente. A iniciativa é do Bank of International Settlements (BIS), que promete lançar um projeto piloto já no próximo ano, e gradativamente ir incorporando novos países ao sistema.

A ideia é positiva, mas demandará um alto investimento em segurança digital. É o que argumenta Maria Cristina Diez, diretora comercial da Most Specialist Technologies, empresa que atua em sistemas de segurança digital há 22 anos. “É claro que um PIX internacional traz bastante otimismo, mas também é motivo para uma boa dose de pânico. Se a quantidade de ataques cibernéticos explodiu no Brasil após a implantação do PIX, há apenas dois anos, o que dirá quando isso for estendido para uma escala global?”, questiona.

Diez deixa claro que é a favor do ‘PIX internacional’, mas pondera que o BIS deverá investir pesado para conter a presença de fraudadores multinacionais. “Isso tende a despertar a criatividade não apenas desse tipo de criminosos, mas também de outras classes, inclusive de terroristas. Por isso, o Nexus é uma ferramenta que deverá nascer sem o direito de errar ou de oferecer brechas para eventuais invasões”, afirma a executiva da Most.

Maria Cristina Diez esclarece que já existem ferramentas de segurança digital que usam inteligência artificial de ponta para inibir as ações maliciosas. Ela sugere que o uso do Nexus seja ainda mais exigente que o PIX brasileiro, e que o acesso ao mercado global exija o reconhecimento rigoroso não apenas do usuário que for realizar a transação, mas também do beneficiário. “A identificação dessas pessoas poderia ocorrer por meio de biometrias faciais e automações que investigam a autenticidade de documentos em segundos, como é o caso do Face Match”, sugere.

A ferramenta, segundo a diretora da Most, pode inclusive ser integrada a bancos de dados de órgãos internacionais de segurança, como a Interpol ou as polícias nacionais, realizando um check-up completo do usuário do sistema. “O próprio uso do Nexus pode servir como um onboarding, alimentando os bancos de dados dessas instituições e intensificando as fiscalizações em torno de usuários suspeitos devido a transações escusas. A inteligência artificial avançou bastante a ponto de tornar viável e segura a criação de um PIX internacional. Mas não basta ter a tecnologia à mão. É preciso usá-la”, observa Diez.

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