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12 de agosto de 2019A taxa de ocupação das maternidades de Belo Horizonte é superior a 85%, índice considerado alto pelos organismos de saúde. Apesar disso, a Maternidade Leonina Leonor Ribeiro, construída há onze anos na região de Venda Nova, uma das mais carentes e populosas do município, permanece fechada, aguardando uma decisão política.
A maternidade, cujo modelo segue a concepção de parto humanizado, recebeu a visita técnica da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), representada por sua presidenta, a deputada Marília Campos (PT). A parlamentar percorreu o prédio ao lado de lideranças do poder público municipal, do movimento social e da área de saúde e, em seguida, promoveu um pequeno debate entre os presentes.
O objetivo da visita foi o de conhecer as instalações da maternidade e avaliar alternativas que possam colocar a unidade de saúde em funcionamento. Mais de uma dezena de entidades sociais acompanharam a visita e a maioria dos representantes queixou-se da falta de empenho da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) em inaugurar a maternidade.
A coordenadora de Saúde Municipal, Fernanda Azeredo Chaves, disse, porém, que a PBH pretende colocar o prédio em funcionamento até o próximo ano, mas, inicialmente, apenas como Centro de Atendimento à Mulher, e não como maternidade, pois, segundo argumentou, os recursos são escassos. Ela afirmou que já há uma decisão da PBH no sentido de implantar o centro, para o qual já estão reservados recursos da ordem de R$ 1 milhão, destinado à conclusão das obras. Encerradas as obras, seria inaugurado o centro. O funcionamento da maternidade ficaria somente para uma terceira etapa, “se houver recursos”.
Sônia Lansky, médica pediatra, integrante da Rede Nacional de Humanização do Parto e do Nascimento, destacou a necessidade de se fazer um esforço propositivo para colocar a maternidade em funcionamento o mais breve possível, aproveitando todo o seu potencial. “Não há conflito com outras propostas de interesse da mulher, como planejamento reprodutivo e políticas de aleitamento materno”, conforme defende a Prefeitura.
Na opinião de Sônia, o desinteresse do poder público municipal em fazer funcionar a maternidade pode estar ligado a interesses mercadológicos, uma vez que, segundo a médica, o sistema privado já começa a investir também no parto humanizado, por ter identificado nele um nicho de mercado.
Preocupação
Venda Nova é a região da Capital que apresenta o segundo maior percentual de mortalidade infantil. 70% das gestantes ou parturientes moradoras da região precisam se deslocar a outros bairros para receber atendimento.