Em Minas

Procura por carros de luxo explode no Brasil

As ruas das grandes cidades brasileiras transformaram-se numa verdadeira passarela. Nunca desfilaram pelo país tantos carros de alto padrão. São os casos do Porsche Cayenne, do Audi RS Q8, da Chrysler Pacifica, entre outros luxos Premium. Já no nível dos supercarros, aparecem o Corvette z06, avaliado em cerca de R$ 1,5 milhão, a Lamborghini Aventador, de R$ 3,2 milhões, e a Ferrari 458, com valor aproximado de R$ 1,7 milhão, pra ficar só nessas beldades.

Mas ter um desses continua sendo uma vantagem para poucos. O que explica, então, a explosão do mercado de carros de luxo no Brasil? “São três pilares que explicam este aumento”, responde Eduardo Murari Albuquerque, proprietário da Albuquerque Comex, empresa que presta consultoria e assessoria na importação de veículos de alto padrão para o Brasil. “A exclusividade, a percepção de valor e a impossibilidade de viajar”, resume.

Segundo Albuquerque, a procura por esses veículos cresceu em torno de 60%, mas parte desse público terá de esperar. Há hoje uma escassez de oferta de carros Premium e de supercarros no país, o que levou à inflação dos preços. Isso proporcionou aos consumidores o privilégio de ter acesso a veículos exclusivos que também servem como investimento. “O consumidor não tem só o carro como hobby. Ele compra o carro, usa por algum tempo e coloca numa loja pra vender a preço superior, porque há uma forte demanda. É um investimento com liquidez rápida”, explica.

Além disso, pontua, a pandemia fez com que fãs das grandes marcas mudassem suas percepções de valor. Em vez de comprar imóveis e fazer outros investimentos, decidiram aproveitar a vida explorando seus hobbies. “Estamos falando de pessoas que, antes da pandemia, viajavam pra Itália, depois Nova Iorque, seguiam para as Ilhas Maldivas e em seguida para Tóquio. Eles ficavam 6 meses fora, o que não justificava comprar um veículo de luxo pra desfrutar por outros seis meses aqui”, sustenta. “Mas, com os aeroportos restritos, usaram seus gastos com viagens em carros, relógios, bolsas e outros objetos de luxo”, conta o empresário.

O empresário Pedro Salvador de Oliveira concorda. Proprietário da revendedora Diamond Motors, empresa sediada em Belo Horizonte que é uma das maiores referências no país em carros de luxo, ele explica que comprar veículos Premium ou supercarros virou um ótimo investimento. Para ele, o momento é duplamente propício para que o público com maior poder aquisitivo grandes marcas de esportivos.

“O que ele deve enxergar é o seguinte: ‘é um bom negócio? Tenho possibilidade real de ganhar lá na frente? Então vou comprar!’ Quem não quer ganhar dinheiro? Melhor do que isso: quem não quer ganhar dinheiro e andar num carro legal? Pois é essa a oportunidade que está aparecendo”, explica o proprietário da Diamond.

Um exemplo foi uma Lamborghini Huracan vendida há 2 meses para um cliente de São Paulo. O carro foi comercializado por R$ 2,2 milhões. “Falei pra ele que o negócio era muito bom, e que, num curto espaço de tempo, o carro valorizaria de 15 a 20%. Hoje, dois meses depois, ele pediu pra anunciar por R$ 2,8 mi, e já apareceu uma proposta de R$ 2,6 mi”, relata.

Segundo Pedro Salvador, o mercado vem aquecendo bastante, mas isso também exige um aperfeiçoamento dele. “Não basta conhecer de carro. Precisamos estudar as tendências no Brasil e no exterior, entender como o mercado está agindo e quais as projeções futuras. Por isso, desde 2018 a gente virou a chavinha quanto aos carros de luxo e superesportivos. Estamos investindo muito aqui e lá fora pra aprimorar isso e garantir ótimos negócios aos clientes. Está dando muito certo!”, conclui.

Sonho e realidade
As cifras mencionadas acima comprovam que ter um supercarro realmente é para poucos privilegiados, mas isso não significa que dirigir uma Ferrari ou uma Lamborghini seja um sonho assim tão distante para os apaixonados pelos esportivos que não têm as mesmas condições. O turismo de experiência, focado nos hobbies e gostos pessoais dos clientes, vem crescendo em todo o mundo, e é possível montar pacotes especiais que permitam a experiência de viajar para outros lugares para realizar desejos supostamente distantes.

“A pergunta é: qual é a experiência dos seus sonhos? Guiar uma Ferrari num circuito de Fórmula 1? Dirigir a 300 quilômetros por hora numa rodovia sem limite de velocidade? Se não é possível comprar um esportivo de R$ 2 milhões, ao menos dá pra experimentar a sensação de dirigir um em condições de extremas, do que jeito que todo mundo sonha”, explica Gustavo Zschaber, diretor de produtos da Nawii Turismo. “O turismo de experiência é o atalho entre o sonho e a realidade. A diferença é que você não vai revender o carro depois”, brinca.

 

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