Professores estão capacitados para lidar com crianças autistas ou com outros transtornos?

Até que ponto os profissionais do ensino, sobretudo da educação básica, estão preparados para lidar com situações envolvendo crianças com deficiências ou com algum tipo de transtorno? Que tipo de capacitação ou treinamento os/as professores/as recebem do poder público, se é que recebem?

Essas questões vieram à tona no final de maio, com a história da professora de uma creche municipal de Vespasiano (MG) que teria dificultado a respiração de um aluno autista de 5 anos, o que gerou comoção e até revolta. Segundo os pais da criança, após alterações no comportamento do filho, eles descobriram que a professora teria tapado boca e nariz dele por alguns instantes por ele estar falando demais.

A profissional, que foi afastada pela Secretaria de Educação do município e pode até ser demitida, teria admitido o fato, alegando que o aluno falava muito em morrer, e então ela apenas quis mostrar a ele a “sensação de morte”.

Autora do livro “O mundo não vai mudar porque seu filho tem autismo”, Rayene Reis não discorda de que o caso seja passível de alguma punição, mas ela pondera que, para se tomar essa decisão, é preciso levar em conta a capacitação que essa professora recebeu e a estrutura oferecida pelo poder público para lidar com esses casos.

Mãe de uma menina autista de 5 anos, Rayene pesquisou, buscou ajuda e conhecimento para lidar com filha quando ela foi diagnosticada, com apenas um ano e nove meses. Como resultado de seu esforço, ela conseguiu reduzir o grau de autismo da filha de 3, o mais severo, para 1, mais leve. A partir daí, Rayene passou a dividir suas experiências, primeiro nas redes sociais, e agora com o livro, que será lançado oficialmente no dia 22 de julho próximo, na Livraria Leitura Estação BH, Av. Cristiano Machado, 11833 – Shopping Estação Venda Nova, Belo Horizonte. Na internet, ele já foi lançado.

Ajuda a mães e pais

Rayene conta que, pelas redes sociais, acaba recebendo muitos pedidos de ajuda de professores que não sabem como lidar com autismo em sala de aula. Por isso ela defende a cautela na análise do caso da professora de Vespasiano. “Se a gente não conhecesse o outro lado, talvez a gente julgaria também. Muita gente acha que o professor e professora têm que saber de tudo. É uma visão que as pessoas têm de fora, mas os professores não recebem treinamento para lidar com uma criança especial, com uma criança autista, para lidar com a diversidade”, afirma.

O marido dela, Thiago Vinicius, que participou de todo o processo de desenvolvimento da filha e foi um dos incentivadores para que Rayene compartilhasse suas experiências, diz que o caso deve ser analisado como um todo. “O ponto principal não é o fato, é a raiz do problema, que está na qualificação. Foi muito errado o que essa professora fez, mas ela tinha a instrução para tomar a decisão certa? O que fazer com um aluno autista em crise?”, questiona Thiago.

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