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Termogênicos ajudam a queimar gordura, mas podem impactar metabolismo

Para quem faz atividades físicas regularmente com o intuito de perder peso, os termogênicos costumam ser uma saída aparentemente sedutora: eles prometem acelerar o metabolismo, queimando gordura mais rápido. Quase que em regra, os termogênicos caracterizam-se por concentrar uma dose bastante generosa de cafeína, substância que também é utilizada como estimulante para os atletas.

O lado sombrio da cafeína é que seu excesso interfere diretamente na pressão, causando efeitos que podem ocasionar uma doença cardíaca grave. “O problema da cafeína é que ela ativa a produção de cortisol, um hormônio que cria algo parecido com uma descarga elétrica no organismo. Essa descarga faz o coração acelerar e a pressão arterial subir”, explica o médico geriatra Marco Antônio Marques Felix, instrutor de Suporte Avançado de Vida pela American Heart Association e consultor da Cmos Drake, empresa fabricante de desfibriladores cardíacos há mais de 30 anos.

De acordo com o médico, há uma cultura impregnada de maneira perigosa nas academias, que coloca os termogênicos como suplementos essenciais, já que melhoram a performance da atividade física. No entanto, o consumo desenfreado pode cobrar um preço alto. “Quem faz uso incorreto dos termogênicos está sujeito a sofrer um problema cardíaco, uma agitação incomum, uma irritabilidade e excesso de ansiedade. Por isso, é fundamental conversar com um médico especialista para entender qual a dosagem adequada para o organismo”, explica Marco Antônio.

O alerta serve principalmente para as próprias academias, que recebem uma grande concentração de atletas buscando resultados mais rápidos. “Dizer simplesmente que não usem termogênicos ou que tomem cuidado com a cafeína é um discurso que tende a ficar no vácuo. O importante, então, é as academias estarem preparadas para qualquer emergência”, orienta o médico.

Segundo ele, a presença de um desfibrilador externo automático, também conhecido pela sigla DEA, pode ser a salvação em um ambiente onde os riscos de um ataque cardíaco aumentam devido ao trabalho do organismo. “A atividade física faz os batimentos por segundo aumentarem, intensificando seu trabalho. É como reunir várias bombas relógio no local e não fazer nada para conter o risco de explosão”, compara.

“Vale lembrar que o DEA pode ser manuseado por qualquer pessoa, e que sua função é de fazer um diagnóstico do organismo e, imediatamente, se for o caso, regularizar os batimentos cardíacos. O DEA não substitui o atendimento emergencial, mas aumenta consideravelmente as chances de salvar a vida do paciente diante de uma parada cardíaca. Isso por si só já justifica a presença do aparelho nas academias”, explica.

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