Três em cada quatro belo-horizontinos estão endividados

Após uma trajetória estável no primeiro trimestre do ano, o percentual de endividados em Belo Horizonte avançou em abril, totalizando 74,6% da população, contra 72,1% em março. Esse percentual é 3,8 pontos menor que o alcançado no mesmo período do ano passado e 12,3 pontos superior a 2018. Já a inadimplência, que atesta quem não terá condições de honrar as dívidas contraídas, cresceu 2,2 pontos percentuais (p.p.), passando de 31,4% em março para 33,6% em abril.

Elaborada pela Fecomércio MG, a Peic se baseia em dados mensais fornecidos pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A pesquisa retrata o comprometimento da renda familiar com financiamento de imóveis, carros, empréstimos, cartões de crédito, lojas e cheques pré-datados, bem como a capacidade de pagamento dos consumidores.

O economista-chefe da Fecomércio MG, Guilherme Almeida, destaca que essa Peic é a primeira a captar os impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no orçamento familiar. “Estamos vivenciando um momento singular, cujos os efeitos da paralisação das atividades econômicas e do aumento do desemprego refletem na expansão do número de endividados na capital mineira. Ao reduzirem a sua renda, eles não conseguem honrar os compromissos mensais, contribuído para o avanço da inadimplência e do comprometimento das finanças”.

A pesquisa da Federação mensurou também o percentual de consumidores que afirmaram não ter condições de quitar as dívidas. Pelo terceiro mês seguido, esse indicador avançou, assumindo o valor de 11,9%. Entre as formas de pagamento, o cartão de crédito continua como a opção mais utilizada pelos consumidores na capital mineira. Em abril, 85,1% fizeram dívidas nessa modalidade, contra 79,5% no mesmo período de 2019. O cartão de crédito é ainda mais utilizado por famílias com mais de dez salários mínimos (95,5%).

“Rotineiramente, os consumidores utilizam o cartão de crédito como um complemento do orçamento familiar mensal, o que é um grande risco, pois essa modalidade possui um dos maiores juros praticados no mercado, em média 260% ao ano no crédito rotativo. Diante desse cenário de pandemia, é fundamental que as famílias se planejem ao máximo para não perderem o controle do orçamento doméstico”, alerta Almeida.

Outras modalidades de dívidas citadas pelos entrevistados foram: carnês (16,1%), financiamento de carro (11,5%), financiamento imobiliário (8,4%), cheque especial (7,2%) e crédito pessoal (6,5%). Em Belo Horizonte, o endividamento representa 10% da renda familiar em 68,2% dos casos, sendo que para 22,3% dos entrevistados esse percentual atinge 50% do orçamento mensal. Em média, o tempo de comprometimento da renda é de sete meses.

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