UFMG desenvolve sistema de testagem baseado na Segunda Guerra Mundial

Foto: divulgação

 

BH pode ganhar nas próximas semanas um importante aliado no controle da propagação do coronavírus. Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) estão desenvolvendo um sistema de testagem por grupo. O método, inspirado em esquema similar que testou soldados durante a II Guerra Mundial.

O projeto foi apresentado aos vereadores de Belo Horizonte durante a terceira reunião da Comissão Especial de Estudo – Enfretamento da Covid-19. No encontro, além dos mentores, foram ouvidos representantes de dirigentes de escolas particulares da cidade, que relatam fechamentos de diversas unidades de educação infantil, por falta de condições financeiras de se manterem.

Convidado pelo vereador Gabriel (Patri), o professor Ricardo Takahshi, do Departamento de Matemática de Ciências Exatas (ICEx), apresentou o modelo que vem sendo desenvolvido pela Força-Tarefa de Modelagem da Covid-19, sediada na UFMG. O estudo utiliza a estratégia de aplicação da testagem em grupo e que possibilita uma grande expansão da atual capacidade de exames  laboratoriais.

Professor Ricardo Takahshi durante sua apresentação para o Legislativo (foto: William Delfino).

Segundo o professor Takahashi, o modelo foi utilizado em 1943, durante a II Guerra Mundial, onde os soldados foram acometidos por um surto de sífilis. Na época, como a quantidade de testes era limitada, optou-se por analisar amostras misturadas de grupos de 50 soldados, se o resultado final fosse negativo, todo o grupo estava saudável; porém, se o resultado desse positivo, cada um do grupo era testado individualmente. Segundo Takahashi, o modelo é mais eficiente quando a localidade tem baixa prevalência da doença, como é ainda o caso de BH frente à epidemia.

“Poderíamos tomar grupos de 32 pessoas, se um deles desse positivo, aí então testaríamos cada uma delas; seriam seis testes para mais de 100 pessoas” esclareceu o professor, lembrando que isso já seria um grande avanço, pois hoje a cidade testa apenas pacientes internados e que apresentam quadro sintomático.  Ainda segundo o pesquisador, os primeiros contatos para a implantação do sistema já foram iniciados com a Prefeitura, porém o Executivo teria informado sobre a falta de swabs, que são os cotonetes, para a coleta da secreção.

Perguntado sobre como a cidade poderia melhor se preparar para a retomada da atividade comercial, o professor sugeriu a viabilização, pelo poder público, de locais para quarentena, para pessoas que não tivessem condições de se isolar – na Espanha, por exemplo, isto foi feito utilizando quartéis militares; bem como a medição diária de temperatura, e encaminhamento para assistência médica em casos de febre, de funcionários/colaboradores das empresas que tiverem autorização para retorno das atividades.

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