Zé Ramalho cantou e encantou diferentes gerações

Percebe-se que o artista é dos bons quando ele consegue renovar seu trabalho e alcançar diferentes faixas etárias e gerações. Zé Ramalho é um bom exemplo destes artistas. O cantor paraibano esteve em Belo Horizonte para apresentação única e teve na plateia pai, mãe, filho, e até o avô.

Uma família inteira assistindo e elevando o coro das músicas. Um garoto de 13 anos estava no show com olhos vidrados no palco e cantando palavra por palavra das canções. As músicas de Zé não tem a letra simples, para decorar é difícil. Mesmo assim, aquele menininho cantava sem errar as letras de “Chão de giz”, “Avohai”, “Frevo mulher”, “Eternas ondas” e outras mais. Ao lado do rapaz, a mãe e o pai, com 37 e 41 anos de vida, respectivamente.  Ainda estava o avô, de 68 anos.

Mérito do artista que sabe como cativar o público. A estrutura de palco não foi das melhores, mas isso não fez diferença. O que realmente chamou a atenção foram os arranjos musicais baseados na guitarra, percussão e sanfona – um mailing de instrumentos tão áridos quanto o Nordeste. E que noite sertaneja! Na mistura de sensações, pode ser que houve gente que até sentiu o sabor do sertão na boca.

Zé não se limitou apenas a sua obra. Ele foi além. Ninguém precisou de soltar aquele grito irritante de “toca Raul”, dito em quase todos eventos em BH. Ele tocou Raul. Apesar de 40 anos de carreira e incontáveis composições, o músico prestou uma homenagem à Raul Seixas e apresentou as músicas “Gita” e “Medo da chuva”.

Foram quase das horas de boa música, no BH Hall, 18 canções apresentadas e uma noite de sábado que terminou bem no estilo vida de gado. O Contorno de BH esteve no evento e fez uma transmissão ao vivo. Confira só como foi a abertura do evento: