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26 de agosto de 2019Durante 04 anos, a Tansvest deu aulas regulares de supletivo e pré-vestibular diariamente, com turmas cheias. Oficinas profissionalizantes e artísticas também estiveram em pauta. O resultado, muitas pessoas trans em universidades, empregos, universo artístico, fazendo sucesso por aí.
Mas por pouco a ONG que muda a vida tantos em BH e região fecha as portas. Por meio de um financiamento coletivo na Evoé, conseguiram não só alcançar a meta, mas conseguir verba para novos projetos. “Fico muito feliz com o sucesso dessa campanha, mostra como a causa trans é sim assunto urgente para muitos”, fala Bruna Kassab, diretora da Evoé. Ela afirma que em Belo Horizonte, a Transvest tem a campanha mais bem-sucedida do momento, inclusive se comparada a outras plataformas de financiamento coletivo. “As doações chegam de todas as partes do país”, completa.
“No meio de tanta coisa, tanta luta, tantas ameaças (até contra a vida de alunes e voluntaries) continuamos resistentes. Mesmo com um país violento e assassino contra pessoas LGBT (agora mais ainda com a maioria dos governantes LGBTfóbicos) e mesmo com o medo tomando conta do nosso cotidiano (agora ainda mais), estivemos sempre de peito aberto”, conta Bruno Uno, da comunicação da Transvest.
A meta agora é viabilizar a “Casa Transvest”, um abrigo para pessoas trans/travesti. As doações podem ser feitas através do link.
“Recebemos todos os dias mensagens de diversas trans/travestis de todo canto de Minas dizendo que ouviram falar da gente, que foram expulsas de casa e que precisam de lugar. A gente precisa pra fazer esse lugar acontecer, de alcançar a nossa meta! Precisamos viabilizar que várias mulheres e homens trans expulsos de seus lares todos os dias, tenham um lugar onde se apoiarem”, explica Bruno.
A Transvest
No Brasil, cerca de 90% das travestis e transexuais vivem da prostituição, ficando sob perigos diários de morte e infecções sexualmente transmissíveis. A expectativa de vida de pessoas trans no país é de apenas 35 anos, só em 2017 cerca de 179 transgêneros foram mortas assassinadas por transfobia. Mortas apenas por serem quem são. E além de tudo, a maioria delas se encontra na miséria, morando nas ruas.
“Somos um projeto artístico-pedagógico que objetiva combater a transfobia e incluir travestis, transexuais e transgêneros na sociedade. Já estamos no nosso quarto ano de trabalho em Belo Horizonte/MG e precisamos de ajuda.” explica Duda Salabert, fundadora.
O projeto pedagógico oferece, além das aulas preparatórias para o Enem e Encceja, oficinas educativas e eventos culturais. Com o tempo, o projeto ganhou novos núcleos, como o ensino de idiomas, as aulas de defesa pessoal e o apoio jurídico. O perfil das (os) estudantes reflete o contexto de precariedade enfrentando pelas pessoas trans no Brasil, sendo frequentes trajetórias marcadas pela expulsão de casa, evasão escolar e exclusão do mercado de trabalho formal.
“A necessidade de oferecer um espaço educativo de acolhimento é muito importante dadas as dinâmicas de violência e exclusão radical a que as pessoas trans estão sujeitas nas instituições de educação formal” completa Duda. Atualmente, a Transvest conta com poucos recursos para sobreviver e manter suas atividades. Para isso conta com a ajuda de doações de no mínimo 10 reais mensais (uma cerveja por mês!) para continuar o excelente trabalho.