Campanha Humanizar a Pena. Promover a Vida renova a esperança dos recuperandos das APACs

Foto: divulgação

 

Desde junho, a AVSI Brasil e a Fraternidade Brasileira de Apoio aos Condenados (FBAC) uniram forças e iniciaram uma campanha na qual recuperandos e recuperandas de 23 APACs dos estados de Minas Gerais e do Maranhão produzirão 350 mil máscaras que serão doadas para as comunidades do entorno das APACs para a prevenção da covid-19. Às vésperas de completar três meses de ação, a campanha Humanizar a pena. Promover a vida tem conquistado muitos resultados além da prevenção da doença. O trabalho tem feito com que esses homens e mulheres com privação de liberdade tenham sua esperança renovada e desenvolvam um sentimento de pertencimento e ajuda à sociedade.

Para o vice-presidente da AVSI Brasil, Jacopo Sabatiello, outro ponto importante do projeto é que além de colaborarem para que mais pessoas tenham acesso à prevenção com o uso das máscaras, diminuindo o contágio da covid-19, recuperandos e recuperandas aprendem um ofício. “O trabalho também ajuda no processo de socialização do recuperando, sem contar o fato de que a confecção das máscaras é uma ocupação a mais em um momento em que visitas de familiares estão proibidas, devido à pandemia”, afirma.

“Essas características explicam o lema da campanha: ao mesmo tempo em que humanizamos as penas, ajudamos a proteger e promover vidas”, explica Sabatiello. Como a campanha deixará um legado de máquinas e capacitação, as APACs já pensam em uma continuidade das atividades após o fim da campanha, com a fabricação de roupas de cama e outros artigos.

Os resultados mostram que a restrição da liberdade pode sim cumprir uma função social e regenerar o condenado. Isso é o que garante Mirella Freitas, juíza da 2ª vara de Itapecuru-Mirim, (MA), cuja APAC participa da ação. “É preciso que não se veja a prisão como um espaço de vingança, mas sim como um espaço de regeneração do ser humano.” – Mirella Freitas, juíza da 2ª vara de Itapecuru-Mirim (MA).

Motivação e sentimento de serventia
A possibilidade de ajudar a quem precisa, mesmo passando por um momento de restrição da liberdade, renovou as esperanças e trouxe um novo sentido para a vida de alguns recuperandos. Segundo a presidente da APAC de Manhuaçu (MG), Denise Rodrigues, eles têm a sensação de inclusão na luta contra a covid-19. “A possibilidade de confeccionar algo que contribui para salvar vidas, os deixam muito motivados. Nestes dias tão sombrios que temos enfrentado, esse projeto foi um respiro, trouxe luz, ânimo e esperança”, afirma.

Quem confirma isso são os próprios recuperandos. Cumprindo pena na APAC de Campo Belo (MG), Wellington Nunes conta que ocupar-se física e mentalmente é fundamental na condição em que se encontra. Além disso, fica feliz em saber que seu trabalho tem uma importância grande do lado de fora. “O que eu faço vai beneficiar toda a sociedade, as pessoas precisam do meu esforço agora. Eu também preciso desse trabalho, pois me faz sentir importante e me motiva a ajudar o próximo.”

Quem compartilha do mesmo sentimento é o recuperando Silson Rodrigues Vieira, que cumpre pena na APAC de Caratinga (MG). “Para mim esta oportunidade de estar trabalhando aqui é muito gratificante, pois estamos ajudando a salvar vidas com a confecção das máscaras, contribuindo para a população e a sociedade.”

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