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Foto: divulgação.
O discurso que não fica só nisso. Assim a DevIsland, organizadora do DevDay, entende como deve se trabalhar inclusão e diversidade em um evento de tecnologia da informação (TI). As práticas costumam aparecer nos temas das palestras, na acessibilidade ao evento e, até mesmo, na divulgação prévia do DevDay, pelas mídias sociais. No dia 24 de agosto, no Centro de Convenções Actuall Hotel, 850 pessoas do mercado de TI poderão conferir como esses organizadores tiram essas demandas do discurso e trazem à realidade de um profissional da área.
A DevIsland já faz parte do movimento de inclusão e disponibiliza há algumas edições, por exemplo, vários intérpretes de libras ao longo das palestras. Agora, de acordo com os organizadores, chegou também o momento de o mercado identificar que isso é perceptível na TI, ainda em proporções menores, mas se faz presente sim por alguns profissionais. O palestrante Alexandre Costa, da Arc Touch, por exemplo, é cego e discorre sobre assuntos técnicos da TI no quesito acessibilidade. Em sua terceira participação no DevDay, ele afirma que o evento já tem em seu DNA a bandeira da acessibilidade e da inclusão.
“A comunidade do DevDay se engaja bastante. Sempre dá prioridade a grupos vulneráveis e possui estrutura e preparação que atende a todos”. Congênita, sua condição nunca o impediu de se dedicar à área da tecnologia desde criança. Aos 15 anos, abriu sua primeira escola de informática. Atualmente, o profissional gerencia a carreira de desenvolvedores e trabalha com pesquisas. Para Costa, a TI é um dos setores mais inclusivos: “Temos acesso a diversas tecnologias para usar de forma autônoma e independente. Este mercado também possui um leque de oportunidades bem amplo, excelente para os deficientes entrarem para o ramo”, completa.
O número de profissionais técnicas do gênero feminino também tem crescido gradativamente. No entanto, a recíproca não é verdadeira no que se trata da ocupação dos cargos. De acordo com uma pesquisa da revista americana Wired, apenas 12% das profissionais da área ocupam cargos na área da inteligência artificial, por exemplo. Em grande parte dos casos, inclusive, há uma diferença salarial de cerca de 16% para as mesmas funções. Para a palestrante Ingrid Pacheco, desenvolvedora na Globo.com, a aceitação de desenvolvedoras neste mercado ainda pode melhorar.
“A discussão acerca do tema é imprescindível e urgente. É importante mostrar que somos capazes de ocupar o mesmo lugar que os homens ocupam, realizando as atividades com o mesmo esmero e qualidade. Disseminar mais informações sobre o que é este mercado e mostrar exemplos reais é a melhor forma de quebrar paradigmas. Mais importante ainda é poder palestrar sendo uma mulher. Essa representatividade precisa existir. É preciso mostrar que há espaço para nós”.
Por fim, famílias poderão contar com o DevDay para cuidar das crianças, enquanto mães e pais se capacitam. Um espaço infantil, com atividades de robótica e brinquedos relacionados à tecnologia será montado no local do evento, ocupando, de forma divertida, o dia de meninas e meninos.
O DevDay é direcionado a desenvolvedoras e desenvolvedores, estudantes e entusiastas de tecnologia, empresas de desenvolvimento e instituições de ensino e veículos de comunicação focados em tecnologia. As inscrições já estão abertas e podem ser realizadas pelo site.
