Empresas de delivery tiveram aumento na formalização no mês de março

Mesmo com o cenário econômico incerto causado pela pandemia de Coronavírus, o Empresômetro, empresa especialista em inteligência de mercado, identificou um aumento de 8% no número de abertura e formalização de empresas no mês de março quando comparado com fevereiro de 2020.

Segundo os dados fornecidos pela consultoria, foram mais de 283 mil novos negócios abertos no mês de março, com índice parecido com os meses anteriores. “Não houve, pelo que identificamos, qualquer alteração no comportamento dos empreendedores, nem mesmo correria para iniciar uma empresa na expectativa de receber algum auxílio durante a crise que estamos vivendo desde a segunda quinzena de março”, diz o empresário e CEO do Empresômetro, Otávio Amaral.

Com medidas iniciadas a partir da segunda quinzena do mês de março em quase todo o país, dois cenários eram esperados: o aumento da formalização de alguns negócios ou a redução no número de empresas abertas.

“São cenários esperados, mas como toda análise de mercado, a crise é apenas um dos fatores a serem levados em conta no momento de elaborar um relatório. O que se viu no mês passado foi a manutenção do número, uma vez que as medidas que restringiram o mercado foram adotadas por volta do final do mês”, diz Amaral.

Essa “normalidade” foi observada no estado do Paraná, onde a atividade mais formalizada foi a de motorista de aplicativo, atividade bastante prejudicada pela pandemia. Foram 1.711 novos CNPJs, quase o dobro de uma das atividades mais buscadas pelos empreendedores brasileiros, cabeleireiro, que naquele estado foram 907 regularizações.

Um dos grandes destaques nesses números são as atividades de fornecimento de alimentos em domicílio. Antes um negócio que não aparecia entre 10 empresas mais abertas no país, hoje já está entre as cinco primeiras. No Brasil todo foram abertas mais de 9.300 empresas no setor de fornecimento de alimentos em domicílio. Com as medidas restringindo o funcionamento de estabelecimentos, redução do número de pessoas no ambiente e o medo crescente de ser exposto ao Coronavírus fizeram com que muitos brasileiros optassem por começar seus negócios.

“Com as restrições impostas, facilidade para regularizar uma empresa e a operação facilitada por aplicativos e pela internet, esse tipo de negócio tende a crescer num momento como este, mas pensar no futuro e se precaver para reveses é primordial para que o negócio tenha uma vida longa e não seja algo para atender um certo período de necessidade”, esclarece Amaral.

Os dados apontam que a atividade de cabeleireiro e venda de roupas e acessórios foram as empresas mais abertas em todo o Brasil no mês de março. Mas a promoção de vendas teve um grande crescimento, bem como a atividade relacionada com os motoristas de aplicativos, com cadastramento e regularização de 8.960 empresas em todo o país.