Um espetáculo virtual no palco do BH Hall
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30 de novembro de 2016Várias das grandes obras do século XX foram escritas para balé. Dentre elas, a releitura de uma das histórias mais marcantes de todos os tempos: peça emblemática da literatura sinfônica, Romeu e Julieta, op. 64, de Prokofiev, será apresentada pela Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, nos dias 1º e 2 de dezembro, na Sala Minas Gerais, às 20h30, sob regência do maestro Fabio Mechetti. Ingressos entre R$ 17 (meia) e R$ 98 (inteira).
Antes das apresentações, das 19h30 às 20h, o público pode participar dos Concertos Comentados, palestras que abordam aspectos do repertório. O palestrante dos dois dias será o ator e diretor de teatro Chico Pelúcio, integrante do Grupo Galpão, que conversará com o público sobre a peça Romeu e Julieta, de Shakespeare – recontada por meio dos sons de Prokofiev.
Na histórica montagem do Grupo Galpão, assim começa a saga de amor: “Era uma vez Verona, onde o ódio entre duas famílias, nobres, mas insanas, tremeluz no fio das adagas e no vil estrepitoso das espadas. A guerra entre os Montéquio e os Capuleto arrepia até a mesmice destas pedras e o carregume destes secos. Mas, meu senhor e minha senhora, a vida não é um circo às avessas?”.
Estes concertos são apresentados pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Itaú Personnalité e contam com o patrocínio da Picchioni Câmbio por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Já as palestras dos Concertos Comentados são apresentadas pelo Ministério da Cultura e Governo de Minas Gerais.
O repertório
Sergei Prokofiev (Ucrânia, 1891 – Rússia, 1953) e a obra Romeu e Julieta, op. 64 (1935/1936)
A partitura mantém-se fiel aos versos, de lirismo inigualável, e ecoa seus vários aspectos, da complexidade psicológica das personagens ao realismo das cenas. A música acompanha a transformação de Julieta, de alegre e despreocupada adolescente em mulher apaixonada. Também descreve o requinte da cena do baile ou a violência das lutas entre os Montéquio e os Capuleto. Em função de suas grandes dimensões, Romeu e Julieta foi chamada, pelo próprio compositor, de “ópera-balé”. Cada um de seus quatro atos tem um colorido especial: o Primeiro é dominado pela cena do baile, no palácio dos Capuleto; o Segundo Ato retrata uma festa popular, de melodias fluentes e muita alegria, mas termina em tragédia, com as mortes de Mercúcio e Teobaldo; o Terceiro conta com orquestração mais camerística, que se alterna entre a intimidade do quarto de Julieta e a cela de Frei Lourenço; por fim, o Quarto Ato resume-se a dois números: o funeral de Julieta adormecida e a morte do par de amantes. No epílogo – breve e intenso, como a vida dos protagonistas –, a música se torna quase imaterial.