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Impulsionados pela inflação, impostos aumentam enquanto brasileiros aguardam medidas de contenção dos preços

Foram quase duas décadas de paz até que a inflação voltasse a ser um termo usual no cotidiano dos brasileiros. O Índice de Preços ao Consumidor amplo (IPCA), principal medidor da inflação brasileira, aponta para uma tensão que alcançou os 12,13% no acumulado de 12 meses até abril deste ano.

A elevação impacta também no aumento da arrecadação fiscal. O Impostômetro, contador eletrônico da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), registrou o pagamento de R$ 1 trilhão em impostos pelos brasileiros na madrugada do dia 3 de maio. No ano passado, esse valor havia sido alcançado no dia 19 de maio – uma diferença de 16 dias.

“A inflação tem um efeito corrosivo: ela desvaloriza a moeda elevando os preços dos produtos. Como a carga tributária que incide sobre eles é relativamente estável, o aumento dos preços faz aumentar também a arrecadação fiscal. Isso explica por que chegamos a um trilhão de reais mais rápido em relação a 2021”, explica Sânzio Cunha, trader, CEO e sócio fundador da Lotus Capital.

E nem é preciso recorrer ao Impostômetro para observar os efeitos da inflação. Uma ida ao supermercado ou a um posto de combustível permite ao consumidor enxergar o inimigo frente a frente. O IPCA aponta para um índice de inflação na casa de 1,06% no mês de abril, quando os maiores vilões foram a batata (com alta acima de 18%), o leite longa vida e o tomate, que subiram mais de 10%.

Ao analisar os números, Sânzio observa também um efeito adverso por parte dos combustíveis. “O etanol teve elevação de 8,44% em abril, contra 4,74% do óleo diesel e de 2,48% da gasolina. Mas o desastre mesmo é quando vemos o acumulado dos últimos 12 meses: o etanol aumentou mais de 42%; o óleo diesel foi a 53,5% e a gasolina aumentou 31,22%”, explica o CEO da Lotus.

“A inflação sobre os preços dos combustíveis têm um efeito nocivo para a economia brasileira, principalmente o óleo diesel. Ele é o responsável pelo abastecimento de diversos setores da economia, em particular a indústria alimentícia e o agronegócio”, pontua, antes de advertir: “a variação deste produto afeta diretamente os preços de outras mercadorias, e se a inflação seguir pressionando o preço do óleo diesel, é bem provável que outros setores sintam essa onda de aumentos.”

Esperança num curto prazo

Sânzio aposta numa reação em curto prazo que possa vir das tentativas de cortes tributários do governo federal e do aumento da Taxa Selic pelo Banco Central. “O mercado ainda não absorveu essas medidas, mas há uma esperança de que elas ocorram num curto prazo, entre junho e julho. É difícil pensar numa volta aos preços de um ano, um ano e meio atrás, mas é necessário considerar que há um movimento de reversão, que é o mais importante hoje”, analisa.

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