INCA estima 10 mil casos de leucemia por ano no Brasil

Assim como o Outubro Rosa, que conscientiza a população sobre o câncer de mama, e o Novembro Azul, que conscientiza sobre o câncer de próstata, em fevereiro comemora-se a campanha Fevereiro Laranja. O objetivo é alertar a população sobre a leucemia.

“A medula óssea é um líquido avermelhado e viscoso, presente principalmente nos ossos da bacia e da coluna vertebral. Ela é responsável pela produção das células do sangue. A leucemia é um tipo de câncer, que causa o acúmulo de células doentes na medula óssea e consequente substituição das saudáveis. Na maioria das vezes, a origem desta doença é desconhecida, e, infelizmente, ela pode ser fatal”, alerta Dr. Guilherme Muzzi, coordenador do serviço de hematologia e transplante de medula óssea do Hospital Felício Rocho.

Dados do Sistema Único de Saúde (SUS) indicam 62.385 óbitos decorrentes da doença entre 2007 e 2016. No primeiro ano analisado, foram 5.721 fatalidades. Quase uma década depois, o número chegou a 7.061, com um crescimento de aproximadamente 25%.

Já o INCA estima que para cada ano do triênio 2020-2022, sejam diagnosticados, no Brasil, 5.920 casos novos de leucemia em homens e 4.890 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 5,67 casos novos a cada 100 mil homens e 4,56 casos novos para cada 100 mil mulheres.
Hoje, no Brasil, a leucemia é o 9º câncer mais comum entre os homens e o 11º entre as mulheres. No entanto, existem estratégias e recursos que podem ajudar a tornar o seu tratamento bem sucedido.

Acometimentos e sintomas
Dr. Guilherme esclarece que existem mais de dez tipos de leucemia. As mais comuns são a Leucemia Mielóide Aguda (LMA), Leucemia Mielóide Crônica (LMC), Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) e Leucemia Linfocítica Crônica (LLC). Apesar de certas semelhanças, a evolução e o tratamento de cada uma é diferente.

“Os sintomas da leucemia são decorrentes do acúmulo de células doentes na medula óssea, que impedem a produção e funcionamento das sadias. A redução dos glóbulos vermelhos, por exemplo, causa anemia, fadiga, palidez, falta de ar, sonolência e dor de cabeça. Já a diminuição dos glóbulos brancos afeta a imunidade, o que deixa o paciente mais suscetível a infecções. A queda das plaquetas ocasiona sangramento nasal ou gengival, e manchas arroxeadas pela pele. Além destes sinais, a leucemia pode provocar dor nas articulações, febre, suor noturno e aumento dos gânglios (ínguas), baço e/ou fígado”, esclarece o médico.

Prevenção
A prevenção é o maior objetivo da campanha Fevereiro Laranja. Como em qualquer outro tipo de câncer, levar uma vida saudável é a melhor forma de se prevenir. “O diagnóstico precoce desse tipo de câncer possibilita melhores resultados no seu tratamento. Sintomas como palidez, cansaço, febre, infecções persistentes ou recorrentes, hematomas, e aumento dos gânglios, baço e/ou fígado, devem alertar a pessoa a procurar imediatamente um médico ”, explica Muzzi.
Segundo o médico, na maior parte das vezes esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que sejam investigados por um especialista. “Diante da suspeita de um quadro de leucemia, o paciente deverá realizar exames de sangue, e ser referenciado para um hematologista”, acrescenta.

Tratamento
“O objetivo principal do tratamento é o de destruir as células leucêmicas para que a medula óssea volte ao normal. Cada tipo de leucemia tem um tratamento diferente, que pode incluir desde quimioterapia até um transplante de medula óssea ”, conta Dr. Guilherme.

Transplante de medula
O transplante de medula óssea é um tipo de tratamento proposto para alguns tipos de leucemia. Ele pode aumentar a chance de cura, caso seja recomendado. Dr. Guilherme explica que o processo tem início com testes de compatibilidade entre o paciente e os irmãos. Caso não haja compatibilidade, opta-se por procurar um doador no banco de medula óssea “A doação de medula óssea não causa qualquer comprometimento à saúde do doador”, conta.
Finalizando, Dr. Guilherme esclarece que para receber o transplante, o paciente é submetido a um tratamento que destrói sua medula óssea com as células doentes. “Após essa destruição, o paciente recebe a medula sadia do doador.

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