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1 de junho de 2018Maria Rita Kehl e Helton Adverse são os convidados do Ciclo de Conferências Mutações – A outra margem da política, nos dias 4 e 5 de junho, respectivamente, às 19h, no BDMG Cultural. As inscrições para o Ciclo completo são R$ 60, inteira, e R$ 30, meia, e para as palestras avulsas são de R$ 20, a inteira, e R$ 10, a meia, e podem ser feitas pelo site www.appa.art.br ou pessoalmente, antes do início das conferências.
No dia 4 de junho, a psicanalista Maria Rita Kehl discute o tema “Política e paixão – por que sim, por que não?”. Na visão da autora, é evidente que a política se apresenta como terreno fértil ao domínio das paixões. “Afinal, tratamos de quê? Do poder. E quem há de negar que o poder seja uma paixão? Quantas guerras e carnificinas a humanidade conheceu, movidas por disputas de poder. E quantos amores sinceros, duradouros, apaixonados, o poder não mobiliza entre aqueles que ele submete”, destaca, ao lembrar que, do lado daqueles que serão, “de uma forma ou de outra, submetidos ao poder, devemos nos perguntar: como impedir que todas as formas de servidão voluntária nos apaixonem? Pois alguns desses desejos de servidão, quando tomam o espaço da política, têm consequências devastadoras”.
No dia 5 de junho, o filósofo Helton Adverse, professor da UFMG, comenta “As formas da antipolítica”. Ao recorrer à Grécia clássica, o pesquisador aponta que “a cidade democrática não podia construir uma imagem de si mesma sem evocar a figura do tirano, sua negação e, ao mesmo tempo, a diferença fundamental que lhe conferia identidade. E qual seria o ‘outro’, ou os ‘outros’, da democracia contemporânea ou, ainda, quais seriam as formas da antipolítica na atualidade?”, questiona, ao destacar as formas de antipolítica da atualidade: “A derrisão (desqualificação da política tout court); a espetacularização (transformação da política em espetáculo midiático); a moralização (redução da política à moral); a tecnicização (captura da política pela tecnologia); e a judicialização (misto de tecnicização e moralização, em que a política é enquadrada pelo aparato jurídico que se fundamenta na ideia de justiça”.