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Pesadelo na hora do sono: apneia atinge 70 milhões de brasileiros

Por muito tempo o hábito de roncar tem sido visto como motivo de chacota ou algo corriqueiro. Mas o barulho incômodo é apenas a ponta do iceberg de um problema que costuma ser muito mais grave do que parece. Roncar é uma das consequências de quem sofre de apneia do sono, um distúrbio que há mais de 10 anos já atingia 1/3 da população de São Paulo, como mostra um estudo conduzido pelo médico Sergio Tufik, especialista em Medicina do Sono. Em escala nacional, isto representa cerca de 70 milhões de pessoas com problemas de apneia – como inclusive confirmam outras pesquisas.

Apenas para se ter uma ideia, a Covid-19, que tem alto poder de contágio, afetou até agora 30 milhões de brasileiros, portanto menos da metade dos casos de apneia. O distúrbio que acomete tanta gente ocorre quando a respiração é interrompida com certa frequência durante o repouso. Essas paralisações costumam ser rápidas e nem sempre são percebidas pelo indivíduo, mas geralmente por quem está perto, justamente através do ronco.

O barulho ocorre pela obstrução parcial do ar que passa pela garganta, como se fosse um instrumento de sopro, mas o maior problema está longe de ser esse. O comprometimento da respiração reduz também a quantidade de oxigênio presente no sangue, e é isso que leva a outros fatores mais graves.

Com menos oxigênio, o coração acelera os batimentos para levar mais sangue para o organismo. Num médio-longo prazo, esse esforço cardíaco acaba se convertendo em quadros mais graves, como de pressão alta, hipertensão, AVC, insuficiência e arritmia cardíaca ou até mesmo diabetes.

A vantagem da apneia é que ela dá alertas e até prazo para solucionar o problema. O exame mais assertivo para identificar o distúrbio é a polissonografia, que até há pouco tempo exigia que o paciente dormisse no hospital ou na clínica. Recentemente foi criado um kit para que esse exame seja feito em casa mesmo. E, além da identificação do problema, é claro, é necessário tratamento.

O aparelho mais adequado para combater a apneia é o CPAP. O aparelho tampa o nariz e a boca, e funciona como um emissor de ar pressurizado que mantém as vias aéreas desimpedidas, permitindo a circulação livre de oxigênio. O uso do CPAP muda imediatamente a qualidade de vida do paciente, que para de roncar e mantém o fluxo de oxigênio em níveis adequados, solucionando também o risco de doenças cardíacas que possam ser causadas por esse motivo.

Mas, além do CPAP, é importante cuidar também de outros aspectos: a apneia costuma ser agravada pela obesidade, que leva a um excesso de gordura na região da traquéia e nos músculos da língua. Ou seja, é importante observar a saúde num todo para evitar que a apneia se agrave ainda mais a ponto de utilizar o CPAP.

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