Uma cidade e uma tristeza

Eram pouco mais de 13 horas do dia 25 de janeiro de 2018, uma sexta-feira que tinha tudo para ser divertida, alegre e cheia afazeres interessantes. Daí toca o telefone e um militar do Corpo de Bombeiros confirma: “rompeu a Barragem do Feijão, em Brumadinho. Muita gente morreu”.

Depois disso, a tarde foi uma loucura. Pessoas ligavam e diziam coisas terríveis a respeito. Do tipo “ao menos 300 mortos”, “não, devem ser uns mil mortos”, “mais uma barragem vai romper”, “Brumadinho vai ficar entupida de lama”. E a angústia de imaginar todas essas pessoas soterradas, lutando pela vida tomou conta da nossa redação e logo alastrou para o mundo todo.

Pela televisão, a emissora RecordTV Minas, apresentou ao vivo o resgate de uma mulher e ainda animais atolados na lama. Enquanto isso, vídeos pavorosos chegavam pelo WhatsApp e cada vez mais pessoas pedindo ajuda e lamentando a perda de entes queridos. Cresce a dor. Cresce a sensação de impotência. Cresce a indignação pelo descuido da Vale com aquela população.

Veja as primeiras imagens da tragédia no nosso Instagram!

Esse dia parecia não acabar. A preocupação estendia para o percurso da lama e a devastação que ela poderia causar. Meio a essa incerteza, surge a possibilidade dos rejeitos cobrirem o museu de Inhotim, uma das mais formidáveis obras a céu aberto e relativa a natureza em todo o mundo. A angústia misturou-se a ansiedade e uma prece acabou saindo.

Hora vai, hora vem e novas imagens vem surgindo. Uma delas é uma representação de como era o território em volta da barragem antes e depois do rompimento. Impressionante! Ao imaginar toda aquela lama descendo rumo a uma cidade, destruindo todo um ecossistema que cerca o Rio Paraopeba fundava uma sensação de revolta, mas o medo ainda persistia. O medo de não saber qual o rumo e o impacto dessa catástrofe.

Veja a comparação do antes e do depois no nosso Instagram!

Aos poucos, novas informações surgiam. O medo da lama arrastar Inhotim passou ao largo. Tudo bem! Tudo bem nada, o Centro da cidade de Brumadinho estava na sequência. ‘Será que Brumadinho seria a nova Bento Rodrigues?’, era a nova dúvida. Mas não!

Parece que uma mão milagrosa contornou aquele lugar e os livro de uma tragédia maior ainda. Brumadinho respira – um ar com cheiro de podre, mas respira. Depois disso, novas especulações surgiam nos noticiários e pela voz de especialistas. “A Usina de Três Marias vai ser afetada”, “sabe-se lá quantas espécies de peixes vão desaparecer”, “o Rio São Francisco vai ser poluído”, “a Várzea da Palma vai ser poluída”, “Belo Horizonte vai ficar sem água” e por aí vai.

E apesar de tudo isso, ainda existe no homem um resto de amor ao próximo. Grupos se formaram imediatamente para arrecadar donativos para os desabrigados. Mais grupos atentos aos animais também saíram em busca de dar apoio. Mas a lama era tanta que por mais que houvesse mobilização, ainda assim há incertezas.

O sol escondia. O medo da chuva nascia. Se chovesse, sabe-se lá o quê aquela localidade iria transformar. Para mais uma felicidade, a chuva não veio. Diferente da noite. A primeira noite após o rompimento de mais uma barragem da Vale. O que também aconteceu foi o primeiro balanço de vítimas: 400 desaparecidos. E esse foi apenas o primeiro dia.

A vale se posicionou nas redes sociais a respeito do ocorrido. Veja no nosso Instagram!

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